segunda-feira, junho 18, 2007

tagarelas

É incrível a tendência que nós temos para nos fecharmos na nossa inteligência e assegurarmo-nos da nossa superioridade intelectual. Não há discussão possível com a maior parte das pessoas nos dias que correm. Todos nós somos seres altamente formados sem paciência para ouvirmos o que alguém está a dizer sobre aquele assunto de que sabe tanto. Estas novas ferramentas tecnológicas dão-nos os diplomas de café que os nossos pais não tiveram. O wikipédia é muito bom para estes doutores da mesa do café. As conversas, agora, são uma espécie de entrevista de emprego para uma só única vaga onde todos lutam para ser os escolhidos. O gajo que falar melhor é o que vai com o umbigo mais inchado para casa e leva a taça imaginaria na mão. Normalmente vão todos assim embora. Não há ninguém que seja capaz sequer de pensar que o outro tem alguma coisa a acrescentar à sua magnifica cultura geral.
A sociedade está a isolar-se cada vez mais. Mas e não é o mais razoável? Quem é que tem paciência para aturar a gente frustrada que por aí anda que não tem nada a trazer de bom para a vida de outra pessoa? Quem é que no seu perfeito juízo arrisca a perder o tempo, que já é pouco, a aturar conversas que nada têm de partilha ou de confraternização? Isso era quando eramos putos, agora é selvajaria, é cada um por si. Ouvir é uma virtude e um caminho para se poder falar, senão acabamos todos a falar sozinhos, ou para uma máquina