terça-feira, março 08, 2005
Mentes brilhantes
Nunca fui uma pessoa muito ligada a crenças nem ao mundo do oculto, a Deus, Satanas ou a tarots e buzios. Caminhar para o paraiso, fugir do inferno, seguir uma linha traçada ou adivinhar o futuro, são tudo merdas que me passam ao lado. Um leão na selva quer lá saber se vai parar ao ceu ou se vai ter muita sorte na vida, ele quer é por os dentes num bicho qualquer quando a barriga fizer barulho. É mais feliz ou menos feliz porque vive assim? Desde que vá comendo e apanhando umas leoas com o cio, está tudo bem. Com os humanos é diferente, temos o azar de ter mais inteligencia do que estes animais. O básico é igual, precisamos de comer, beber e queremos dar umas quecas valentes. Se por alguma razão nos falta tudo isto, a primeira coisa que a nossa brilhante especie faz, é: por as cartas na mesa para ver se arranjamos gaja/o, lançar os buzios para saber quando e pedir a Deus que acabe com esta fominha que Satanas nos faz passar.
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2 comentários:
Não sei se as coisas serão assim tão básicas como os termos nos quais tu as pões.
O homem é o único animal que se ri e é o único capaz de se rir dos seus defeitos. Os outros animais apenas nos fazem rir quando lhes encontramos caracteríticas próprias do homem.
O homem é o único animal com necessidade de se afirmar e de deixar a sua marca através de formas artísticas e da sua capacidade de inventar e criar.
Enquanto os outros animais se afirmam (por exemplo) através da urina com que marcam o território, o homem afirma-se pela sua arte e pelo seu engenho.
Portanto, aquilo que consideras o teu básico não é o meu básico.
Comer e beber são necessidades básicas aliadas ao instinto de sobrevivência.
Só depois vem o sexo.
O sexo neste caso é secundário. Tu só queres dar as valentes quecas se tiveres a barriguinha cheia.
Todas as religiões e métodos divinatórios estão ligados a crendices e superstições que implicam a crença e a fé.
A «nossa brilhante espécie» está repleta de crenças e credos que se veem a repercutir nas civilizações desde do ínicio do mundo. Tendo o homem uma necessidade espíritual inata é fácil que charlatães se aproveitem de mentes debilitadas pelas iniquidades do dia a dia.
As minhas necessidades básicas também não são estas, aliás nem é isso que está em causa, nem era isso que queria focar. O ponto que quero focar, é simplesmente o da procura pelo ser humano por algo divino, apenas nas situações em que se encontra menos afortunado. Quando digo que: "precisamos de comer, beber e queremos dar umas quecas valentes. Se por alguma razão nos falta tudo isto..." refiro-me a qualquer coisa que nos falte e que traga qualquer tipo de frustração por não nos conformarmos com isso, não estou a falar só de comida e de sexo. É um facto que regra geral há uma maior tendência para procurar ajuda divina nestas situações, ou seja não admitimos que quando temos algum problema, esse problema pode ser resolvido apenas por nós e que pedir ajuda divina não é a solução. Faço uma comparação estupida com o mundo animal para demonstrar que acredito que, por sermos racionais a nossa imaginação arranjou formas de contornar as dificuldades, com a ilusão de haver uma resposta e uma solução baseada em algo supeior capaz de nos satizfazer se acreditarmos nela. Claro que isto é só um ponto de vista, que vale o que vale e como todos os pontos de vista podem mudar e podem estar errados.
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