Neste filme não há tempo para repetir cenas, não dá para escolher o melhor take.
Um mau desempenho numa actuação pode ser o fim de uma carreira.
O argumento foi iniciado, mas não se percebe onde vai terminar. É uma história que vai sendo escrita ao acaso, feita pelos próprios intervenientes.
Os papeis foram distribuidos de forma desigual, há uma luta para se ocupar vagas abertas pelo realizador.
É um filme a preto e branco remendado a pelicula colorida.
A moral do filme é desconhecida, a intenção é acabar o filme que já vai longo, destruir a fita e esquece-lo.
quarta-feira, junho 01, 2005
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
3 comentários:
É precisamente por não poder repetir takes que me parece que eles devem ser planeados e calculados. Podes correr de forma suicida e desenfreada pela vida fora, mas tu, melhor que ninguém, deves saber onde pões os pés.
O importante é abrir a porta e partir. Sem olhar para trás. Aliás, nem sequer fechar a porta. Mantendo-a aberta, quem sabe, outro poderá entrar e usar aquilo que abandonamos. E dar-lhe um uso que nos parece desnecessário.
Gosto desse filme que não começa nem termina. Que não se sabe que historia conta ou até se conta alguma historia. Que não tem moral, não por a recusar, mas por não lhe parecer importante tê-la. Que existe à margem da própria historia, e no entanto resiste.
Filmes desses todos os vivemos.
JC
A quem não tentaria
Esse abraço derradeiro
Com esse outro que nos escapa
Tão densa é a sua luz
Tão absoluto o seu silencio
Mas dado o abraço
Que restaria?
Que nem olhar para trás, podíamos
Não! Dar o abraço
Seria demasiada a tentação
E não o dar, demasiada aflição
Antes assim, então
JC
Enviar um comentário